sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Reintegração de Posse no CRUSP: O Imperio contra ataca.



Nota sobre a reintegração de posse no CRUSP, marcada para 2da-feira.
http://www.brasildefato.com.br/node/10739

Evento contra a reintegração:
https://www.facebook.com/events/397561143642632/

À reintegração respondemos NÃO!!


No CRUSP, Conjunto Residencial da USP, acontecerá mais uma reintegração de posse na universidade. Desta vez, o alvo é o apartamento 102, Bloco A, onde mora a estudante eliminada do curso de filosofia, Amanda Freire, juntamente com seu marido, Sálvio - aluno de filosofia desta Universidade, e também sofre processo administrativo com pena de eliminação definitiva - e seu filho, Emilio, de 10 meses.
Não bastasse a invasão do exercito em 17 de dezembro de 1968, quatro dias depois da decretação do AI-5; a conseq
uente prisão, tortura e morte de centenas de estudantes militantes do movimento estudantil na Ditadura Militar; a tomada de dois blocos de moradia dos estudantes, K e L; 400 homens do GOE no dia 08 de novembro de 2012; eliminação de 8 estudantes do quadro da universidade; mais 200 homens do GOE para prender 12 estudantes, na reintegração de posse da Moradia Retomada (térreo do bloco G); processos, interrogatórios, prisões, e futuras expulsões....ufa! Rodas e o tenente da PM Waldyr Antonio Jorge quer nos contemplar com mais um VEXAME na história da Universidade de São Paulo: O despejo de uma estudante, mai e militante, expulsa por defender a expansão de vagas na CRUSP; o fim do sistema de vigilância; a transparência no processo de seleção da SAS. Amanda foi perseguida e punida por defender o direitos de todos os alunos.
RESPONDEREMOS NÃO!
Convocamos todas as pessoas que se opõem a repressão instaurada por João Grandino Rodas a estarem presentas na vigília que começará 30/09/2012 (domingo) 20h no apê 102 do Bloco A até segunda-feira 01/10/2012, dia marcado para Reintegração.

-> Faremos varias atividades como festa, debate, intervenções artísticas e politicas.
-> Traga suas cervejas, livros, verbos, princípios e coragem (o mais importante)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Contra a ideia da força, a força das ideias!


Setembro é o mês em que se encerra o prazo para o julgamento de mais de 70 estudantes que podem ser eliminados da USP. Se isso acontecer, em apenas três anos a gestão Rodas terá eliminado um terço do total de alunos eliminados durante a ditadura militar em todo o país.

Vamos em defesa dos processados e dos expulsos!
ATO DEBATE "Contra a ideia da força, a força das ideias"
com Eduardo Suplicy, Souto Maior, Chico de Oliveira e entidades
na Faculdade de Direito, próxima quinta-feira, dia 20.
 


- Fim do convênio USP-PM! Fora PM! Submetido a isso, um plano alternativo de segurança!
- Fim dos processos e perseguições contra estudantes, professores e funcionários!
- Fora Rodas! Por uma estatuinte soberana!

Compartilhe!, participe! 




segunda-feira, 11 de junho de 2012

Qualquer um. Campanha contra os processos na USP


de: http://processadosnausp.blogspot.com.br/

Campanha contra os processos, expulsões e demissões de estudantes, funcionarios, trabalhadores e ativistas na USP.

Dos processados



Os “Processados na USP” são todos os estudantes e trabalhadores que se levantaram contra as últimas medidas do reitor João Grandino Rodas na Universidade de São Paulo que, de forma bastante anti-democrática, estão sendo ameaçados de expulsão.

Agir para impedir o avanço de um projeto privatista na universidade, que está sendo implementado “na marra”, por meio da repressão, foi o “crime” de todos os acusados. Rodas ficou em segundo lugar nas absurdas eleições para reitor (em que apenas o voto de uma pequena parcela de professores titulares tem peso real), mas mesmo assim foi indicado pelo governador então governador José Serra (PSDB) para tomar posse, em 2010. De lá para cá, ele promoveu a entrada da Polícia Militar no campus Butantã (prática pouco comum em campi universitários de todo o mundo), usou um arsenal de guerra para retirar os estudantes ocupados na reitoria e na moradia retomada; retirou dos alunos o espaço destinado ao Diretório Central dos Estudantes (DCE), diminuiu a frota de ônibus circulares internos, que facilitavam a locomoção da população do entorno da USP, organizou perseguições a diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) por quaisquer atitudes de resistência que tivessem, entre outras medidas que não param de ser disparadas.

Projeto privatista 

Todas essas atitudes visam preparar campo para que haja relações cada vez mais próximas entre a universidade pública e a iniciativa privada, como a cobrança de mensalidades (algo que já ocorre em cursos de pós-graduação), restrição à entrada da população em geral e utilização dos recursos humanos e técnicos da universidade para pesquisas voltadas para o mercado. Em 2011, uma pesquisa desenvolvida pela Times Higher Education, em parceria com a consultoria QS (veja mais aqui) elegeu a USP como a melhor universidade da América Latina. No entanto, as críticas foram: "os estudantes não pagam nada, os funcionários são 'indemitíveis', e o currículo é antiquado e politizado".

Resquícios da ditadura
A repressão utilizada por Rodas para efetivar seus planos está baseada em uma estrutura arcaica, que ainda vigora na USP. Artigos que fazem parte do Decreto Estadual 52.906, de março de 1972 são os que prevêem a eliminação de estudantes e trabalhadores. Nele, é considerada infração “promover manifestação ou propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso, bem como incitar, promover ou apoiar ausências coletivas aos trabalhos escolares.” Esse decreto foi produzido em plena ditadura militar brasileira, numa época em que o Ato Institucional nº 5 estava em vigor.

No momento atual, em que a população começa a questionar a impunidade dos mandatários e torturadores da ditadura brasileira, por meio da Comissão da Verdade, a maior universidade brasileira não apenas se exime de discutir as perseguições que ocorreram na USP, como ainda utiliza de resquícios daquela época para punir os que têm posições divergentes com relação ao plano estabelecido pela reitoria. Um claro exemplo disso é que quem indicia, julga e pune os envolvidos nos suspostos crimes é apenas a reitoria, sem uma parte isenta que não tenha relação de benefício direta com os atos jurídicos. Trata-se de um processo análogo à inquisição, sem o mínimo de democracia.

Rodas, durante o período em que foi membro da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos, votou contra a culpabilidade do Estado em 11 dos casos que julgou, entre eles o da estilista Zuzu Angel, morta por procurar justiça após a morte de seu filho Stuart. É esse o reitor que tenta reeditar uma universidade da ditadura.

Quem somos
Nós somos os estudantes e trabalhadores processados 
administrativa e criminalmente na USP, baseados no decreto Nº 52.906 de 1972, do Regimento Geral da USP, pelo reitor João Grandino Rodas na USP, mas não apenas isso. Para este blog também contribui uma rede de apoiadores que repudia todas as atitudes ditatoriais e o projeto de universidade privatista.

Por fim, apesar de parecer um mero detalhe, não somos os processados DA USP, mas os processados NA USP, pois nos solidarizamos com tantas situações análogas que ocorrem com estudantes e trabalhadores no Brasil e no mundo.

Barulhaço nos depoimentos!


de: 




todos os dias dessa semana!


A favor dos processados na USP! Contra os processos ilegais!

Onde: Procuradoria Geral da USP, rua Alvarenga, 1416, Butantã, São Paulo-SP

Quando: 9h de 12/06/2012 às 15h de 16/06/2012.

Tragam café e comida para acompanhar e compartilhar. 

    Esta semana de junho, assim como as passadas e as próximas, é marcada por depoimentos de muitos processados na USP (AQUI PODE HAVER UM LINK PARA O BLOG)! Haverá nos dias 12, 13, 14,15 e 16 um total de 15 pessoas depondo. E quem não quer ser considerado culpado tem que estar lá, "sendo certo que o seu não comparecimento implicará em revelia e confissão acerca da matéria de fato". (!!!) Esse é só um absurdo dos processos, completamente ilegais. Assim, outras opiniões à parte, as pessoas que se dizem defensoras da lei e a ordem devem ser contra esses processos!


    Assim, todos os dias de depoimentos estão sendo marcados por barulhaços, manifestações em frente à Procuradoria Geral da USP (rua Alvarenga, 1416, Butantã, São Paulo-SP, imóvel alugado e bem próximo ao campus, pago com o ICMS de todo o estado paulista).

    Os depoimentos da semana têm o seguinte agendamento:
    Dia 12 - 9h, 11h15min, 13h30min e 16h30min.
    Dia 13 - 11h, 13h30min, 14h30min, 15h30min e 16h30min.
    Dia 14 - 14h40min, 15h20min e 16h.
    Dia 15 - 14h e 14h40min.
    Dia 16 - 13h.

    É importante comparecer, chamar mais gente, levar cartazes, faixas, instrumentos e fazer barulho! Não é situação de paralisação, assim não haverá xis-greve. E nenhum dos processados e apoiadores foram convidados para tomar um chique café com Rodas, com direito a pêssegos em calda! Assim, é bom que a galera leve comes e bebes para ter pique para o barulhaço.

Evento no FB: http://www.facebook.com/events/244834392294394/
Evento relacionado: 
https://www.facebook.com/events/159722767492777/

segunda-feira, 21 de maio de 2012

ATO-DEBATE SOBRE AS VERDADES E MENTIRAS DOS PROCESSOS CONTRA ESTUDANTES E TRABALHADORES DA USP


ATO-DEBATE SOBRE AS VERDADES E MENTIRAS DOS PROCESSOS CONTRA ESTUDANTES E TRABALHADORES DA USP


Mesa do Debate: 
Prof. Jorge Soutomaior (SANFRAN), 
Prof. Luizito (ECA), 
Yves (estudante de Geografia expulso), 
e representantes do SINTUSP, ADUSP, DCE, Moradia Retomada e Associação de moradores da São Remo. 
Quando: Dia 23/05 (Quarta-feira), às 11h, na Ágora, em frente ao Restaurante Central.

Se mais estudantes e trabalhadores forem extirpados da universidade, o pendulo gira-ra totalmente no sentido de impor no interior da universidade a "doutrina do medo" e por fim a efetivação da privatização da universidade. Assim, é necessário se LEVANTAR (mais do que nunca!) contra esses processos e seus tribunais fajutos montados por Rodas para expulsar estudantes e funcionários, sob pena de ver arrancado de si qualquer autonomia, democracia e direito de opinião ainda existente. 

LEVANTA! DEFENDER ESTES É DEFENDER A USP!!!

Evento no FB:

https://www.facebook.com/events/460160574010216

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Abaixo-assinado Contra os Processos Criminais e Administrativos aos Estudantes da USP.


Por nossos companheiros perseguidos por lutar por uma universidade digna e pública.
Pelo direito a nos manifestar, pelo direito a lutar!
Abaixo os processos! Por uma democracia real na USP!

Divulgar, participar, compartilhar!

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N23295

quinta-feira, 15 de março de 2012

NOTA SOBRE O BOLETIM USP Destaques n. 56


NOTA SOBRE O BOLETIM USP Destaques n. 56


Carta do Advogado defensor Aton Fon Filho.


Tendo em vista a divulgação, pela Reitoria da Universidade de São Paulo, de informações falsas a respeito dos alunos vitimados com expulsão do corpo discente da USP em dezembro do ano passado, na condição de advogado da maioria deles, vejo-me do imperativo de esclarecer a manipulação da verdade perpetrada:
O boletim “USP Destaques”, n. 56, de 9 de março de 2012, editado pela Assessoria de Imprensa da Reitoria, em quadro destacado com o título “Sobre ações de alunos desligados por invasão do Bloco G da Coseas impetradas na Justiça”, lança mão de inverdades para tentar justificar a eliminação de alunos, afirmando diferentemente do que se tratou no processo administrativo instaurado contra eles.
Embora me abstenha aqui de tecer comentários sobre algumas dessas afirmações em virtude de já estarem sendo discutidas em juízo, com relação a uma delas, pela qual se busca inovar no campo fático, impõe-se repelir e demonstrar a artimanha empregada e a aleivosia que disso decorre.
Afirma a Reitoria, por sua assessoria de imprensa, naquele citado boletim:

“O processo administrativo disciplinar, concluído em dezembro do ano passado, não apurou simplesmente a ocupação, mas sim outras ações graves, como desaparecimento de prontuários com informações sigilosas da saúde e da família de alunos da Universidade e de crianças e adolescentes alunos da Escola de Aplicação, além de desaparecimento e danos de patrimônio público.”

O processo administrativo a que faz referência o boletim USP Destaques n. 56 foi instaurado mediante a portaria GCC-06, de 26 de março de 2010, expedida pela Profa. Dra. Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca, Coordenadora de Assistência Social da Universidade de São Paulo, que dizia considerar:

“- a invasão e ocupação das dependências da Divisão de Promoção Social da Coordenadoria de Assistência Social (...), ocorrida no dia 18 de março de 2010, por volta das 1h15min. nos termos do Boletim de Ocorrência n. 861/2010, do 93º Distrito Policial;”

Vê-se, portanto, que não tem nenhuma compatibilidade com a verdade a afirmação da Reitoria de que outros fatos, igualmente mendazes, tivessem sido atribuídos aos alunos submetidos à perseguição administrativa, e que tivessem sido objetos de apuração.
Mesmo porque o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, em que se buscou o procedimento adotado pela Comissão Processante, dispõe, no artigo 277, que processo administrativo será instaurado por portaria, e que,

§ 1º - Da portaria deverão constar o nome e a identificação do acusado, a infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos, a indicação das normas infringidas e a penalidade mais elevada em tese cabível.

Tendo, portanto, a Portaria inicial do processo administrativo limitado a acusação à ocupação do prédio da COSEAS, não poderá a Reitoria, agora, acusar os alunos pelos fatos que lançou no boletim 56.

Assim limitado na origem, o processo administrativo mostrou sua limitação também no seu ato final, quando cumpriu sua missão de recomendar a punição dos alunos, afirmando serem “verdadeiros os fatos que lhe são imputados quanto a invasão e ocupação das dependências da Divisão de Promoção Social da COSEAS no dia 18.03.2010, como se pode comprovar das imagens anexas (preservadas outras pessoas).







É, portanto, como se vê, a própria Comissão Processante que denuncia a falsidade do que diz a Reitoria da USP em seu boletim USP Destaques.

Tem, porém, um objetivo o intento daquele Boletim. É que a punição imposta aos alunos, sobre não ter sido devidamente motivada, foi evidentemente exacerbada, ainda que se admitisse, para fins de argumentação, que alguma sanção fosse possível. E já antevê a Reitoria, na decisão concessiva da liminar que lhe tira o sono, o reconhecimento da nulidade de todo o processo administrativo, motivo pelo qual tenta, agora, pendurar novas acusações nos pescoços de seus bodes expiatórios.

Sabemos que a manchete principal de uma publicação deve guardar relação com seu conteúdo.

Encima a primeira página do boletim USP Destaques 56, a frase “A democracia na USP”. Relacionando essa manchete principal com as afirmações que se vem de examinar, chegamos a uma conclusão inarredável:

A democracia na USP é uma mentira!



ATON FON FILHO - advogado

terça-feira, 13 de março de 2012

Elaboração de dossier dos processos contra estudantes, trabalhadores e funcionários da USP

Segundo o tirado na reunião da Comissão contra a Repressão,  se elaborará um dossier dos processos contra estudantes, trabalhadores e funcionários. Este dossier deve incluir:


1) Copias do BO´s
2) Relatos dos detidos e processados
3) Videos e imagens das reintegrações (Links, dvd´s, jpg´s, etc)
4) Testemunhas por escrito dos moradores regulares do CRUSP


Enviar estes documentos ao e-mail da Moradia Retomada moradiaretomada@gmail.com com o assunto "Dossier sobre processos USP", ou deixar copias em físico se contatando por meio desse mail.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fraude em reintegração de posse no CRUSP


FRAUDE NA USP: lacres judiciais que selavam as portas dos quartos da "Moradia Retomada" foram clandestinamente violados. "Moradia Retomada" foi o nome dado ao espaço ocupado desde março de 2010 por estudantes que reivindicam mais vagas de moradia pública para estudantes carentes da Universidade de São Paulo - USP. Embora o espaço pertença ao Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo - CRUSP, era usado para funcionamento de salas da burocracia da Coordenadoria de Assistência Social - COSEAS até ser ocupado pelos estudantes. A ocupação faria dois anos em março de 2012. No CRUSP, de 1963 a hoje, nenhuma vaga foi cedida, nenhum bloco de moradia construído, nenhuma vaga aumentada sem que se apelasse para o recurso de ocupação. Todas as vagas existentes são provenientes de ocupações estudantis. A história do CRUSP é uma história de ocupações.

Após centenas de educados e gentis brutamontes da Tropa de Choque surpreender os poucos moradores que não viajaram, eles levaram presos doze estudantes, sendo oito de graduação, um de pós graduação, outro de intercâmbio, uma hóspede, uma visitante adolescente e um cachorro. A situação poderia ter sido resolvida com diálogo e negociação, mas nesse carnaval a Reitoria da universidade preferiu mobilizar o cinza monocromático do bloco CarnaCHOQUE, patrocinado pelo truculento Governo do Estado de São Paulo, para nos acordar com tiros, cacetetes e bloqueios, na escuridão da madrugada silenciosa. É o carnaval da ordem, é o anti-carnaval, velha onda da repressão, te impedindo de sair de casa no domingo ensolarado ou te obrigando a voltar para ela. A Tropa de Choque, invadiu o CRUSP irregularmente, atirou contra estudantes, quebrando vidros do Bloco F, obrigou estudantes da pós graduação do Bloco G a abrirem as portas dos seus apartamentos e saírem, ainda de camisola e de cueca para o corredor. Assim, de supetão, sem licença, sem mandato, invade e revista a casa, o quarto, a sala, o espaço onde se mora para estudar. Reitegração de Posse não pode ocorrer de noite, nem de fim de semana, nem sem mandato. Entrada e Revista em casa, apartamento, espaço residencial não pode ocorrer sem mandato de busca e apreensão específico e oficial de justiça. Lacre judicial só pode ser retirado por perícia policial designada. A violação de lacre judicial constitui crime previsto no código penal. Esperamos que essa banda-bando passe logo e não volte mais. Mas ao que parece o carnaval da ordem pela violência chegou para ficar. É o CarnaCHOQUE aí gente!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Relato de como a Moradia Retomada foi desocupada






Uma operação de guerra
O REItor Rodas enviou novamente à USP os seus apoiadores mais dedicados, a Tropa de Choque da PM. Eles invadiram o CRUSP, assím como na desocupação da reitoria, só que dessa vez para prender os estudantes que residiam na Moradia Retomada. O reitor esperou de forma covarde o momento em que o CRUSP estivesse vazio e num Domingo de Carnaval, às 5 horas da madrugada, mais de 200 policiais fortemente armados, com vários carros blindados, dezenas de viaturas e um helicóptero cercaram o CRUSP. Até um batalhão de cavalaria ficou estacionado no P1 aguardando ordens para agir. Um enxame de policiais se aproximou do Bloco G e arrombou a porta da Moradia Retomada, sem darem a possibilidade de que os moradores saíssem, um procedimento que seria padrão em operações de reintegração de posse. Não! A ordem era prender todos, identificá-los e ficha-los para que possam sofrer processos criminais e administrativos. Os policiais nos enfileiraram na sala e nos obrigaram a entregar o RG e a carteirinha da USP, numa clara tentativa de achar não-estudantes e classificar nosso movimento para a imprensa, como algo estranho a Universidade. O que não conseguiram, já que dos 12 estudantes detidos, apenas 3 não eram estudantes da USP, sendo duas delas visitantes e outra, namorada de um morador. Nada do que não se veja em qualquer moradia estudantil. 


Os moradores do CRUSP são vistos como inimigos
No Bloco G, vários andares vizinhos da Moradia foram revistado por policiais, que obrigaram os moradores a saírem de seus quartos, alguns até com roupas íntimas, para que seus quartos pudessem ser revistados na busca por algum estudante subversivo ou máquina filmadora que contenham imagens da ação policial. As portarias de alguns blocos foram bloqueadas pela polícia para impedir que os moradores descessem. No Bloco F, vários moradores tentaram protestar contra o fato de que o CRUSP mais uma vez foi transformado em um presídio a céu aberto e arremessaram lixos pelas janelas. A Tropa de Choque respondeu atirando balas de borracha e janelas de uma cozinha foram estilhaçadas.
Um fato marcante na operação foi a presença do Superitendente da Coseas Waldir Antônio Jorge, o braço direito do líder supremo e que toma conta do nosso campo de concentração chamado CRUSP. Outra que marcou presença na operação foi a “assistente social” Marília Zallaf. Esses puxa-saco do Rodas só não apanharam dos moradores porque se esconderam atrás do cordão de isolamento da polícia.


A mentira do comandante da PM
Durante a detenção na Moradia, o comandante da polícia mentiu ao nos dizer que seriamos liberados assim que nos identificássemos. Entretanto, pegaram os documentos de todos e anunciaram que seriamos levados em um ônibus para a delegacia. Ao serem questionados, os policiais se negaram a ler a ordem judicial e arrastaram alguns moradores até o ônibus de forma truculenta, inclusive uma garota grávida de 6 meses, enquanto a arrastavam tapavam sua barriga com lençol na tentativa de esconder tal trubalidade. Até o cão Bôbo, que é o mascote da Moradia, foi preso. Veja novo video no youtube bit.ly/yWt3qE, que monstra a arbitrariedade das prisões.
Dentro do ônibus, os policiais fecharam todas as janelas e cortinas para impedir que os cruspianos vissem-nos presos. Uma estudante abriu as cortinas e foi agredida por policiais que apertaram sua nuca e seus braços. Vários estudantes se colocaram na frente do ônibus para impedi-lo de passar e só foram removidos com a ação da tropa de choque.


Na delegacia
Ao chegarmos à delegacia, uma estudante perguntou ao delegado para aonde estávamos sendo levados. O delegado falou que nós iríamos conhecer “Auschwitz”. Ficamos num primeiro momento detidos no pátio de Inverno da delegacia e fomos sendo chamados um a um para prestar depoimento. E ao se negarmos falar sem a presença de um advogado, o que é um direito constitucional, tentaram nos intimidar de várias formas. Uma estudante negra do curso de letras foi chamada de moradora de rua e analfabeta, dando a entender que seria estranho uma negra ser estudante da USP. Outra estudante do curso de filosofia foi chamada de vaca suja. Um estudante colombiano da pós-graduação foi chamado de filho-da-puta e foi dito que aqui não era o seu país, enquanto era chacoalhado pelo delegado, assim como foi feito com um estudante chileno de arquitetura. Essa é a internacionalização que a USP pretende fazer... a internacionalização da repressão?


Dentro das celas
Depois disso, o delegado nos mandou para as celas da delegacia. Fomos separados por sexo e a menor de idade também ficou presa numa terceira cela, configurando-se assim, mais uma aberração jurídica! A cela tinha cerca de 1,5m por 2m e estavam em condições degradantes. O chão estava sujo de urina, a latrina transbordava fezes, as paredes estavam sujas de sangue e um cheiro forte de creolina subia do chão. Somando-se isso ao calor insuportável do ambiente, era quase impossível se respirar! Muitos não conseguiram nem se sentar e passaram mal! Fomos tratados que nem lixo e guardaremos isso pelo resto de nossas vidas. Ficamos lá por cerca de 10 horas, o que para nós durou uma eternidade... Em meio a essa situação, estava a estudante grávida que passou mal e chegou inclusive a desmaiar e só foi tirada da prisão e levada para um hospital, depois de gritos de socorro.
Estudantes e trabalhadores solidários a nossa situação se aglomeraram do lado de fora da delegacia e compraram comida, já que não comiamos nada desde o dia anterior e tiveram muita dificuldade para que o delegado deixasse nos entregar. Nossa advogada chegou a tarde e teve grandes dificuldades para conseguir falar conosco, pois, os policiais não queriam nem mesmo abrir as portas da celas, o que só foi conseguido depois de um escarcéu que a mesma fez na delegacia. 


As agressões até o IML e mais constrangimento
De tarde, começaram a chegar alguns veículos de imprensa na delegacia e o delegado, que já tinha até falado em nos deixar presos durante o carnaval, com receio da má repercussão do caso, resolveu agilizar a nossa situação e nos imputou uma fiança de um terço de um salário mínimo, por pessoa (cerca de R$2.400,00 no total) e nos encaminhou para o IML, para fazermos o exame de corpo de delito. Fomos transportados nos bagageiros dos camburões da polícia e no caminho, começaram um tipo de tortura utilizado pela PM, que é fazer zigue-zagues com o veículo para que batêssemos a cabeça e ralássemos nossas costas nos escudos da tropa de choque, pois não tínhamos aonde nos segurar. Também faziam comentários do tipo “se pudesse, botava todo mundo em fila e metia fogo”.
No IML, as mulheres foram submetidas a outra situação humilhante. Só havia um médico legista homem, que as obrigou a tirar toda a roupa, inclusive a calcinha, sob a ameaça de que voltariam todas para a cadeia caso se recusassem. Um procedimento desnecessário, uma vez que as mesmas haviam dito que não haviam machucados nessas partes, assím como ocorreu na prisão da ocupação da reitoria quando as presas foram examinadas por uma médica e não precisaram tirar toda a roupa. 
Depois disso, voltamos para as celas imundas e fomos soltos só no final da tarde, após nos ficharem e assinarmos o alvará de soltura. A fiança foi paga pela Amorcrusp, por Centros Acadêmicos e sindicatos que se solidarizaram com a nossa situação.


O depois
Após esse dia de terror, nos deparamos com a situação de não termos mais uma moradia e tivemos que contar com a solidariedade de moradores do CRUSP que estão nos abrigando como hóspedes. Nossos bens estão até hoje presos dentro da Moradia e muitos estudantes estão apenas com a roupa do corpo. Conhecendo as medidas de perseguição e repressão existe a possibilidade iminente do processo criminal ser levado adiante assim como sermos expulsos da universidade. Os estudantes estrangeiros correm o sério risco de serem deportados para seus países. O próprio Waldir, em uma reunião com a Amorcrusp nessa sexta-feira, disse que todos sofrerão processos administrativos e provavelmente serão expulsos da Universidade. Este é o tratamento dado por este orgão que ao contrário de expulsar deveria estar cuidadando do alojamento destes estudantes, que justamente somente viviam la por não terem recebido sua vaga, e que agora estão na rua.
É esse o tipo de tratamento que uma Universidade pública que se diz democrática deve dar a estudantes que não têm um lugar para morar enquanto fazem o seu curso? Quem serão as próximas vítimas?


- Chega de repressão e perseguição política!
- Greve Geral na USP!
- Fora PM! Fora Waldir! Fora Rodas!
- Abaixo os processos, as prisões e expulsões na Universidade!
- Pela devolução da Moradia Retomada e dos Blocos K e L para os estudantes!
Movimento de luta por permanência estudantil – Moradia Retomada
                              
CRUSP – 26/02/12

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Em defesa da Moradia Retomada - USP! Contra a reintegração de posse e o despejo de estudantes!


No dia 17 de janeiro de 2012, foi publicado no Diário Oficial que a reintegração de posse da Moradia Retomada – USP, espaço de moradia estudantil gerido pelos estudantes há um ano e dez meses na cidade universitária, deveria ser executado no prazo máximo de 20 dias.

Para atestar as condições em que os estudantes mantêm o espaço, os moradores convidaram professores e funcionários para formarem uma comissão e visitarem o local, antes que a tropa de choque e a polícia pudessem vir a causar danos.

Os professores Luiz Martins (Escola de Comunicações e Artes), Jorge Luiz Souto Maior (Faculdade de Direito), Reinaldo Pacheco (Escola Politécnica) e os funcionários, e diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Magno de Carvalho (Escola de Comunicações e Artes) e Aníbal Ribeiro Cavali (Faculdade de Direito) visitaram a Moradia Retomada no dia 30 de janeiro de 2012.

A Comissão elaborou o relato abaixo reproduzido:

Visitamos o espaço da Moradia Retomada, no dia 30 de janeiro de 2012, e verificamos que os estudantes têm plenas condições, por intermédio de sua auto-organização, de gerir a moradia. O espaço se encontra inteiramente limpo, organizado, com as paredes recém-pintadas pelos estudantes. Atestamos a integridade do espaço físico, mantido com responsabilidade de quem cuida e zela pelo local onde mora.
Constatamos, também, que há uma grande sala com computadores, que é mantida limpa e trancada pelos moradores. Fomos informados que antes da retomada esta sala era gerida pelo Banco Santander e que os computadores não eram patrimônio USP. Os alunos disseram que não obtiveram nenhum esclarecimento por parte da reitoria da Universidade acerca dos termos do acordo que permitiram ao Banco Santander se apropriar de um espaço de moradia estudantil. Permanecem, no local, os computadores, mantidos com cuidado e segurança.
Além de declararmos a integridade física do espaço mantida pela organização dos moradores, constatamos que o prédio ocupado, todo ele, é destinado a moradia de estudantes e está sendo utilizado para essa finalidade, o que torna sem sentido a iniciativa da Reitoria de pretender a retomada de parte do prédio para utilizá-lo para finalidade diversa.


Saiba mais sobre a Moradia Retomada:
Essa moradia, que é um dos alvos da Reitoria da USP, tem um importante histórico de luta que há décadas a burocracia da universidade tenta apagar. Na década de 60 o espaço foi sede da AURK – Associação Universitária Rafael Kauan –, que cumpria o papel de organizar os estudantes na luta contra a repressão e os ataques a liberdades democráticas, também abrigando o DCE da USP e a UEE-SP quando essas entidades foram colocadas na clandestinidade pela ditadura militar.

Após os dez anos de fechamento do CRUSP – Conjunto Residencial da USP – pela ditadura, a moradia estudantil foi reaberta e o espaço do bloco G do CRUSP que antes eram apartamentos da moradia e abrigavam as entidades estudantis de luta foram transformados em escritórios e tomados pela burocracia da universidade.

No ano de 2010 o espaço de moradia estava sendo utilizado pela COSEAS- Coordenadoria de assistência social da USP e pelo Banco Santander. Diante da falta de vagas no CRUSP e necessidade de políticas efetivas de permanência estudantil, os estudantes moradores do conjunto, reunidos em assembléia, decidiram no dia 17 de março de 2010 retomar o espaço como moradia estudantil.

Há um ano e dez meses, os estudantes seguem gerindo o espaço e sendo uma importante alternativa de moradia aos muitos que são excluídos pelo processo de seleção realizado pela COSEAS. Diferentemente de tal coordenadoria, a Moradia Retomada organiza um processo de recepção com critérios socioeconômicos que não visa ser um funil e eliminar estudantes oriundos de camadas populares como faz a burocracia da universidade, mas sim defender que todos os estudantes que precisem tenham o direito a permanência estudantil garantido.


Calendário Cultural de Resistência da Moradia Retomada


Sexta-feira 
03/02

Sábado 
04/02

Domingo 
05/02

Segunda-feira 06/02

Terça-feira 
07/02

Sarau da resistência 23 h
Cinema
a  partir das 0h
filmes: Servidão Moderna,    Os Companheiros,    Panteras Negras
Churrasco da gente diferenciada  a partir das 22h
Expressões artísticas 21h – traga seu instrumento
Campeonato de xadrez – 21h e concentração dos panfleteiros da matrícula

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Não à desocupação da Moradia Retomada!

Os estudantes que moram na Moradia Retomada estão em estado de alerta devido a ameça da reitoria de desocupação do espaço com o uso da tropa de choque da PM. Há quase dois anos parte do bloco G, que havia sido tomado dos estudantes pela reitoria, foi reocupado por estudantes que ao entrarem na universidade não tiveram a sua necessidade de permanencia atendida. Desde então, a reitoria tratou a luta pelo atendimento dessas reivindicações como caso de polícia, tendo inclusive eliminado da universidade 8 estudantes que foram acusados de participar dessa luta, com base em um decreto da ditadura militar que estabelece punições para atos políticos. Há claros indícios de que a reitoria planeja executar essa ação durante estas férias, justamente pelo fato da universidade estar mais vazia, assim como ocorreu no fechamento do Centro de vivência estudantil do DCE.
     O fato é que na USP todos anos cerca de 800 estudantes que precisam não tem o direito a moradia atendido. Em contrapartida, a reitoria gasta verbas milionárias com serviços de espionagem, dezenas de processos jurídicos, obras faraônicas e até tapetes de 32 mil reais. Para garantir essa desigualdade, o uso da força policial sempre se fez necessária. Vemos isso quando recentemente a Tropa de Choque invadiu e massacrou as famílias do Bairro Pinheirinho em São José dos Campos e também no final do ano passado quando a pedido do reitor, o governo do Estado enviou a USP mais de 400 policias para desocupar violentamente a reitoria aonde estudantes protestavam contra a política de elitização e repressão estabelecida na universidade.
     Por isso, conscientes de que o direito a permanência estudantil no Brasil só foi conquistado através de lutas, resistiremos até o fim contra mais esse ataque do reitor fascista João Grandino Rodas que atua contra um direito que é inclusive garantido pela constituição federal. Fazemos um chamado a todos estudantes, em especial os moradores do Crusp e também aos trabalhadores e professores da USP frente à possibilidade de mais esse ataque.

     Não vamos abandonar essa luta, resistiremos até o fim!

     Moradia Retomada – USP     24/01/2012